WESTON-SUPER-MARE 2015 | Dismaland.

Nunca imaginei ir à Dismaland. Bem longe estava a ideia de dar um saltinho a Somerset na costa oeste de Inglaterra. 

A noticia veio para a rua, a imprensa nacional gritou aos 7 ventos que a WASTED RITA ia lá estar, eu fiquei super feliz por ela porque efectivamente amo (de amar) o seu trabalho e pronto! Ficava por aqui.
Acontece que recebi um convite para ir ver o parque de (des)diversões do Banksy. Quem é que conseguia dizer que não? Eu não! 

Tudo marcado, excepto os bilhetes para entrar na Marine Parade onde o evento (ainda) está a acontecer. As vendas online esgotaram em milésimos de segundos e a única opção era ir para a fila da bilheteira. 

Viagem de carro de Londres para Weston-super-Mare mesmo por baixo do País de Gales (e com Cardiff do outro lado do Bristol Channel). Quase 4 horas a conduzir do outro lado da estrada, GPS que não actualizava, chuva, vento, limite de velocidade controlado (e eu a morrer por um café, aliás, um litro de café). 
Chegámos, estacionámos mesmo em frente à praia e fomos para a fila. Às 11 da manhã tínhamos pelo menos 250 pessoas à nossa frente sem bilhete - os visitantes que tinham comprado online tinham prioridade. Sabia que a espera ía doer, mas não havia muito mais a fazer senão ficar ali - afinal esta viagem andou toda à volta desta experiência.

As primeiras 2 1/2 horas choveu sem parar (e nós com um corta chuva à medida dos borriços de Portugal). A chuva entretanto parou mas o vento e o frio nem por isso. Os raios de sol aqueceram a gabardina mas a lama ganhava terreno pelos meus sapatos acima. Um verdadeiro desconsolo físico mas a verdade é que olhava à minha volta e via gente de todas as idades como menos roupa do que eu vestida (os ingleses têm esta capacidade de se sentirem confortáveis de chinelos de enfiar no dedo quando nós já andamos de botas de cano alto). Pensava portanto: Eliana, não sejas menina - sê forte, dá saltinhos para aquecer e aproveita para pensar em parvoíces porque tens mais do que tempo! 

Já passava das 15:30 quando entrámos. O sol mantinha-se morninho mas o vento não ia embora nem por nada Também já não interessava - os meus lábios formavam um sorriso de orelha-a-orelha e o meu coração palpitava como se tivesse entrado numa terra só minha ainda que esta (land) fosse tão sombria (dismal) = dismaland. Não faço a comparação com a disneyworld só mesmo porque nunca achei piada às princesas, cavalos brancos e afins. 

Uma vez lá dentro deixei-me ir. Respirei dor, sabedoria, força, coragem, inteligência e uma vontade gigante de alertar para o que nos rodeia todos os dias mas que já nem sentimos porque a dormência tomou posse sem pedir autorização. 
Juro-vos que saí de lá mesmo em baixo, não só desconsolada fisica mas também emocionalmente. O meu lado mais sombrio ficou realçado. Dá vontade de mudar o mundo naquele momento, reunir um grupo de gente e construir a mudança. Confirmei mais uma vez que o mundo é efectivamente todo igual, onde há humano há a condição que o define. Não vale a pena agarrarmo-nos à ideia que é só aqui que as maldades acontecem (politica, ganancia, desrespeito, etc). Elas acontecem neste mundo - ponto final! 

Todos os trabalhos são grandes, mas os meus 4 artistas favoritos tiveram mais impacto - Jenny Holzer, Banksy, Damien Hirst e claro, Wasted Rita. 

Saí de lá só com uma pergunta - What's next Banksy? Looking forward to it. 

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CINEMA - short films on repeat.

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WASTED RITA

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BANKSY

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BANKSY

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BANKSY

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BANKSY

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RONIT BARANGA

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SHADI AL ZAQZOUQ

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