A Casa E Eu | Ano II.

Há precisamente dois anos mudei para esta casa e há um escrevi sobre o primeiro ano aqui nas Janelas Verdes, freguesia da Estrela.

Gosto deste bairro, da vizinhança equilibrada - entre novos e velhos, calados e desbocados, loucos e discretos, há cá de tudo! Crianças que ainda brincam na rua e cães que passeiam sem trela. Velhotes queridos que passam o dia sentados à esquina com vontade de nos ajudar a estacionar ou para contar mais uma novidade da vizinhança.
Não há metro (o que me agrada bastante), há o Jardim 9 de Abril e uma escadaria que me leva até ao rio num pulinho. Pequenos cafés vão abrindo (outros fechando), restaurantes repletos de comfort food  (o melhor nepalês de Lisboa está aqui) mas ainda não temos uma mercearia e padaria daquelas de aldeia como a minha memória conhece. Gostava de ter mais fashionable restaurants ou wine bars mas se calhar é melhor assim, mais discreto.
O Museu de Arte Antiga e o Museu do Oriente são os meus vizinhos mais badalados. Três boutique-hotéis estão aqui na rua de baixo – a realçar o ainda recém Palácio do Ramalhete, que planeio visitar em breve (ah, e disse-me o Sr. Sebastião que o Palacete aqui à minha frente foi vendido para dar espaço a mais um hotel).

É uma casa bastante luminosa, com defeitos e qualidades, às vezes demasiado quente, outras demasiado fria. A gataria é feliz com o espaço disponível para as correrias malucas e agradecem o sol que nos visita todos os dias. Os amigos gostam de estar e ficar por cá. Este não foi o ano de muitos jantares cá em casa, mas foi um ano de mais guaridas e de horas a fio a trabalhar à secretária.

Se fosse minha fazia-lhe alterações significativas (ossos de oficio) mas como não é tento desfrutar dela da melhor forma que sei. É acima de tudo uma casa amiga – fácil de se gostar e confortável para se estar - silenciosa como eu gosto, confidente e de confiança. Uma casa que me dá a certeza que todos os dias vou acordar bem disposta, pronta para dar continuidade ao que deixei no dia anterior. 

O Sol que entra fica até não conseguir mais. 

Vizinhança.

Á mesa sou sempre feliz.

Eu, o trabalho, o relax, os gatos e as ervas aromáticas que já consigo nutrir. 

Escadaria da Rua das janelas Verdes para a Avenida 24 de Julho.