Sobre Empreendedorismo.

A primeira vez que me lancei por conta e risco próprios tinha 25 anos. Foi há 18 anos que me tornei empresária na área do design e decoração de interiores. Uma experiência maravilhosa, cheia de vitórias e derrotas das quais me orgulho imensamente. E orgulho-me porque saí viva de todas elas.

Quatro anos e meio a partir pedra sozinha, sem conhecimento de causa nem rede de apoio. Aprendi sobre o negócio do design bem como a dureza que é ser empresária.
Entretanto vivi mais umas 3 ou 4 vidas, o mundo do trabalho mudou drasticamente e eu jurei a mim própria que nunca mais voltaria a empreender o quer que fosse. E nunca mais porque esta coisa de lançarmos projectos próprios tem muito que se lhe diga e eu já não queria dizer-lhe mais nada.

Acontece que os empreendedores criativos têm uma qualquer bactéria dentro de si que, quando menos esperam, ela ataca. Fica-se imóvel, projecta-se o belo e sente-se dentro de si que uma qualquer salvação está nas suas mãos e, mais uma vez, sem medos avançam ainda que tenham jurado a pé juntos, como eu, que nunca mais trabalhariam por conta própria.

Mas nem tudo é difícil ou solitário. Nestes últimos 4 anos, desde que lancei a TOMAZ, encontro muitas mais empreendedoras e portos seguros, como as lojas que me/nos representam. E isto é muito gratificante.

Um exemplo único é a ICON Shop (Rua Nova da Trindade em Lisboa) que representa-nos com toda a sua garra e ainda promove ajuntamentos casuais entre artistas e designers, amigos e conhecidos numa qualquer sexta-feira à tarde.
Não é para falarmos de negócios nem das dificuldades que enfrentamos diariamente. É tão e somente para conversar, aquilo que hoje em dia já começa a escassear, ainda que seja tão essencial à condição humana (e empreendedora).

Fotografia de Maria Manuel Lacerda, co-owner da ICON Shop.

Fotografia de Maria Manuel Lacerda, co-owner da ICON Shop.