Cidadela de Cascais | Onde a Arte, Design & Arquitectura se encontram.

No passado sábado fui à inauguração da Exposição Colectiva TRÊS na Cidadela de Cascais Art District. Assim que cheguei, fui à “Pousada Takeover” – artistas convidados expõem trabalhos num circuito artístico diariamente visitável, não só pelos hóspedes da Pousada de Cascais – Cidadela Historic Hotel & Art District, mas também pelo público em geral. Quer isto dizer: as áreas comuns da Pousada estão abertas ao público com uma exposição de pintura e fotografia.

Entrar na Pousada, ser recebida de braços bem abertos por aquele bar e percorrer os corredores com arte exposta nas paredes, foi uma experiência interessante: tão depressa apreciava a arte com outro visitante ao meu lado, como me cruzava com o serviço de quartos em plenas funções e hóspedes que entravam ou saiam dos seus quartos. Pode parecer invasão de espaço, mas não foi isso que senti. Pelo contrário, só me lembrava de Species of Spaces and Other Pieces de Georges Perec, um dos melhores livros que já li sobre o assunto e da forma como analisa o que está à nossa volta e o que compõe o espaço. 

 

I put a picture up on the Wall. Then I forget there is a wall. I no longer know what there is behind this wall. I no longer know that is a wall, I no longer know this wall is a wall, I no longer know what a wall is.

 

Mas falar só da experiência no Art District é pouco. Entramos na Cidadela e somos rodeados por um conjunto de edifícios que celebram a arquitectura no seu expoente máximo. Gonçalo Byrne e David Sinclair assinam a restauração, mantendo a herança histórica e realçam a arquitectura de traços modernos, não deixando de explorar uma das características mais bonitas de Portugal – a luz natural. A escolha de materiais é de mestre (por mais cliché que possa soar). Os acabamentos são compatíveis, falam baixinho connosco, convidam-nos a ficar mais uns minutos, para explorar um pouco mais da sua existência.

Mas não ficamos só pela arquitectura e arte. Ainda temos muito Design para beber.
O mobiliário é de autor (mas também há antiguidades sob os arcos da antiga Fortaleza) e os acessórios de decoração arrojados são assinados por criativos do mundo.

Há que tirar o chapéu ao Art District e ao Grupo Pestana: maximizam a função dos espaços, providenciam outros serviços aos hóspedes (como a promoção e venda de arte contemporânea portuguesa).
É um convite ao público em geral para visitar um hotel, ambiente muitas vezes esquecidos pela sua função de “não espaço”. Há ainda galerias e Open Studios onde podemos falar e aprender com os artistas.

Uma celebração com inteligência da Arte, da Arquitectura e do Design.
A visitar, muitas vezes.